sábado, 14 de março de 2015

CARAVELAS DE CORRUPÇÃO EDIÇÃO INÉDITA




 
CARAVELAS DE CORRUPÇÃO
WELLESLEY NASCIMENTO
3ª EDIÇÃO INÉDITA



264

Dom Manuel, cá em Cabrália os regentes,
Rogam pela vida de qualquer bandido
Que em outros países se acham presos;
Mas jamais lutam por um palmo de virtude!
Cá os regentes mandam ouro e nióbio ao oriente,
Mas não nos batéis de Marco Polo...
Roubam de V. Alteza e fazem deferência
A quem do outro lado do mundo se encontra.
Cá as calheiras q’ se exaltam nas tribunas
São as mesmas q’ roubam o povo cabralino.

265

Dom Manuel, em Cabrália ladrões legalizados
Recebem 40 vezes mais do que a plebe...
Além de um tal auxílio de tapera...
Q’ da 5 vezes mais do que um ganha um plebeu;
Ainda há leis de retrocesso para surrupiarem mais.
Esse é o paraíso dos ladrões, caro Dom Manuel,
Os legalizados são os  que roubam mais...
Se pegos com as mãos na botija se aposentam,
Recebendo até a morte seus salários,
Sem sequer irem a julgamento e a  prisões!

266

Cá em Cabrália ladrão julga ladrão,
E todos afundam a colônia cabralina
Surrupiando à toneladas o q Midas desejava;
E num piscar de olhos estão em liberdade,
Pisando na justiça e zombando as leis...!
Porém se qualquer faminto rouba para comer,
É setenciado a mais de 50 anos de prisão.
Uma geração corrompida está brotando
Sob o nariz de ministros e regentes
Q’ pisam na justiça e estupram todas leis.

267

Próximo  as sesmarias da Barão da Lenha,
Mora uma moiçola muito linda...
Assim que pus os olhos na cachopa,
Pela beleza e libras fui enfeitiçado!
Dom Barbosa,disse ver a salamandra,
Em tochas de fogo transformada.
Dom Leonardo, ao ouvir a história,
Fez das terras, um queija esburacado,
Eu próprio com Dom Porfírio...
Ajudamos a esburacar a terra!

268

Enquanto eles pensavam em bamburrar,
Eu pensava em ter Barbosa como sogro
Enquanto aspirava um Jean Nicott...
Suspirava pensando em nosso noivado.
A canastra deve ser dos jesuítas...
Pois eis que o ouro se encantou
Assim como meus olhos se encantaram,
Ao cruzar com os da linda Barbasinha.
Se o tesouro não desencantar...
O da madeixas há de estar assegurado.

269

Dom Futtu, que anda de elmo ápico
Sem se importar em ser chifrudo,
Faz com q’ o antílope... o alce...
A rena e todos os demais ramudos,
Pejem,diante dos cornos bem lustrados.
Esse abade fez tantos  e tantos bacanais,
Que não se podse confiar em mosteiros;
Hoje abadessas, padres, freis e freiras,
São sinônimos de libertinagem...
Com as saturnais q’ em oculto fazem.

270

Madame Maria, matriarca do clã Santos,
Muito tem me auxiliado em minhas desventuras;
Nesta colônia, nada, nada promissora...
Cá as adegas de dom Cícero e dom Pimentel
Abrigam uma tribo de boêmios
Que  bebem a noite inteira
Ao som do banjo e do cantar dos fados.
Aos raios de luar argênteo,
Há bêbados dormindo sobre o orvalho,
E casais que amssam à mata...!



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