terça-feira, 3 de maio de 2011

LEONÍ (POESIA)

LEONÍ!!!

Autor:  WELLESLEY NASCIMENTO

Foi numa noite sombria,
fria noite de setembro...
mil fantasmas adentraram em parto,
e entraram em meu quarto
sombrearam as  paredes
no silêncio noturno,
emitindo seus sussurros,
de arrepiar até os pentelhos
enrrolados em meu saco.
Deixei de lado o medo...
Pensei: são almas em degredo,
                Nada mais.

Acendi a luz,liguei o computador,
Mas eis q’ para meu horror...
Vejo na tela,uma cabeça encolhida;
Era da vil meretriz perdida...
“crente” em orgias e bacanais.
Vi a ladra a poucos dias...
(Terezinha Gonçalves Gomes),
Prostituta q’ ñ sacia à fome
Em suas ânsias sexuais...
       Só uma quenga,nada mais!

Procuro entrar na Internet...
Tudo emperra,dou reset...
Mas ela,continua no monitor!
Como pode uma cadela,
Sair do cio,entrar na tela?
Será um vírus comprometedor,
Dos quintos infernais?
        Aí seria demais!

Viro a tela para a parede...
pois a Messalina em sua sede,
pode comprometer a rede mundial!
Apaga-se a luz,fico nos escuro,
Continua os sussurros do além.
As sombras bailam e se agitam,
Estalos de ossos,ouço também;
Correntes se arrastam no solo
E na sala batem os cristais.
Rangem as portas e pela casa,
Bafeja olores tumbais!

Entro na sala,vejo uma noiva,
Tão bela,formosa e pura,
Q’ o medo ñ perdura,um segundo seq’r.
Reconheço a linda donzela...
E eufórico grito:LEONÍ!LEONÍ!
O nome faz eco por toda casa,
E meu peito se abrasa
 com mil chamas de amores;
ao ver a esposa querida
q’ atravessou os etéreos umbrais
vindo amenizar os meus ais!

Recordo os tempos vividos,
Naq’le Éden de outrora,
Sem as mágoas de agora
E junto ao meu anjo q’rido.
Duas almas,unidas pela gemealidade,
Tendo o amor e a felicidade
À febrealizar;em ambos os peito.
Dezesseis anos bem sucedidos,
Pareciam ser eternos ou cumpridos
Q’ nós ñ desejávamos
Q’ acabassem jamais.

Mas o câncer precito,do Sumano oriundo,
Lentamente,a vida d’amada,minava...
E eu,num misticismo profundo
Contra a doença e o mundo,lutava.
Nossas almas flutuavam nos ares,
Enquanto as nuvens entoavam cantares,
Solidárias com a intrepidez da esperança.
A vida se ia no convolvulo das Parcas...
Embora a morte fizesse suas marcas,
Lutávamos,entr’esperança e esperança,
Contra as hostes baratrais e...
             Nada mais!..

As vestes da vida se iam rompendo,
Nós críamos na vida,embora vendo
 q’ se desfazia a tenda de argila.
A fé q’ move e remove o universo
Em nossos corações teciam seus versos;
Eram jorros de vida e mais vida.
Partilhávamos doença e alegria...
A luta pela sobrevivência, era harmonia.
Nenhum de nós pensávamos em si mesmo;
Sempre a outra metade,era a supremacia!
Um vivia em função d’outro...passava o tempo;
Mas o amor crescia,dia após dia...
Amor ñ visto,jamais!...

Mas quando a morte beijou os teus lábios,
E o palor da face feneceu;fiq’i órfão
De amores;morres-te tu,tamb’m morri!
Eis q’ o mundo se desmorona
E a felicidade de mim fugiu...
Meus olhos carpem aljôfares de saudades,
Q’ com tua partida o coração pariu!..
A solidão é o maior desastre...
Ninguém substitui o amor q’ ao céu subiu.
Juras eternas...vejam q’ contraste...
Pega-se qualq’r traste,pra ñ ficar só.
A vida nos prega peças...e essas peças
Causam dor,tristeza e dó...
                Nada mais.

Q’m foi amado por alg’m um dia,
Jamais será enganado por ning’m;
Ñ existem artifícios,dissimulação,palavras;
Q’ engodam q’m já foi amado,
E q’ tamb’m amou alg’m!..
Q’ foi amado ning’m engana...
Pois pode fingir q’ está tudo bem;
E o fingimento é uma desculpa
Pelo simples medo da solidão!..
Um coração amado jamais se engana;
Ñ existem tramas,q’ sigam além...
A prostituta da Terezinha Gomes,
(dissimulava muito bem)...
Enganou pastores,igrejas,irmandades,
Mas,a mim ,nunca enganou porém.

Absorto estava em meus devaneios
Naq’la escuridão de breu...
Pensando nos áureos anos q’ vivi,
Com a diva LEONÍ,-hoje,anjo de Deus!
A mão de um espéctro,tocou-me o ombro
E vi as sombras valseando no salão...
No centro estava a LEONÍ
Com suas vestes ,vapososas
Toda perfumada de jasmim.
Fui ao encontro dela,abracei-a,
Beijei-a, e dançamos ao som dos violinos
Regido pela orquestra do além.
                      Nada mais!...

Repentinamente vi as luzes acesas...
encontrei-me,deitado sobre a cama;
tumular silêncio imperava na casa,
nem resquícios,nem sussurros...
apenas o silêncio frio e duro...
continuara a permanecer ali.
Voltei pro quarto...deitei-me...
Meus pensamentos quebraram
Os cristais da noite,pelo eco
De um nome: - LEONÍ!LEONÍ!!!

15 SETEMBRO DE 2007

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