terça-feira, 3 de maio de 2011

TESÃO

Wellesley Nascimento
À noite silenciosa passava lentamente,como um caracol despreocupado,seguindo seu caminho,arrastando-se pelas folhas que a brisa da primavera suavemente havia lançado no solo à alcatifar a terra perfumada,pelas flores que adornavam a variedade de árvores.
                                            Deitado em sua cama,o poeta ainda cordado pela insônia que acompanha a todos a todos filhos das musas,pensava na beleza das divas q’o inspiravam.
                                            Ora pensava na Andréia,uma linda balzaquiana,cujos olhos claros...ele jurava q’ mudavam de brilho e tonalidade a cada momento.Os olhos de sua musa pareciam mutantes alienígenas.
                                             O rosto dela,tinha a maciez do veludo e a beleza ultrapassava as ninfas gregas-romanas.O corpo era uma escultura perfeita em todos os delíneos....os sios seios dunas tirolesas;q’lembravam belíssimos chafarizes  de leite.
                                             Mas o que mais agradava o vate,era as libras a mais de gordurinha muito bem distribuídas na monumental mulher.Ele passava horas e horas no silêncio noturno a devanear com a formosura dela,nos momentos q’imaginava-a nua...o sono afastava-se dele cada vez mais,assim como uma falua à deriva nas ondas oceânicas.
                                             Sentia o fogo da luxúria queimar seu corpo....seu pênis ficava teso e o tesão ardia em suas veias.Seus lábios umedeciam só em pensar que estava sugando o vergel carnudo da mulher de seus sonhos;para em seguida penetrá-la com a volúpia que é inata nos poetas.
                                              Ora pensava na Leoní...sua esposa e alma gêmea que a 17 anos tinha partido para os Celestes Campos;foram dezesseis anos de um Éden na terra. Ao aflorar no canhenho da memória o q’eles faziam entre as quatro paredes do tálamo conjugal;os monastérios do mundo inteiro estremeceriam até os alicerces.
                                              Nos anos após a morte de sua amada,já não tinha sonhos paradisíacos;mas sim,pesadelos,de onde emergiam espectros além-túmulo.
                                               A morte dela abateu-o profundamente,nem a morte de seus pais,não causaram tanto impacto como foi a partida dela.Para ele foi  a mesma coisa que tirar o doce preferido  da boca de uma criança.
                                               Bem q’ele tentou refazer sua vida.porém todas vezes que tentara,resultou em fracasso.A íltima conquista foi um verdadeiro desastre!Daqueles que a mídia gostaria de explorar em suas manchetes tal estudantes de medicina à dissecarem cadáveres de indigentes.
                                               Quanto à ele,fazia esforços titânicos para olvidar aquele demônio de saia que entrara em sua vida,assim como a sida penetra no corpo e vai destruindo-o lentamente sem um lenitivo eficaz..Esta mulher(se assim pode-se chamá-la),destruiu literalmente sua vida,deixando-o na mais absoluta inópia.Nem Hitler teria feito tanto estrago como a megara,conhecida nos prostíbulos como;Terezinha Gomes.
                                               A safada envenenou-o....mas por uma daquelas circunstâncias que fogem ao racional,ele escapou da peçonha letal da víbora.
                                                A noite avançava como o caracol (para ele,evidentemente);para o restante das pessoas o tempo transcorria normalmente.Mas para o  vate,as noites solitárias passaram a ser um castigo do Tártaro.Em seu íntimo desespero,tentava apegar-se as imagens vaporosas das mulheres que deleitavam seus olhos e sua alma.
                                               Na escuridão do quarto vislumbrava a silhueta delas...chegava a sentir no ar o perfume de cada uma,como se  por instantes fugazes elas se materializassem ao lado do leito,para em seguida se evaporarem na ebanêz silenciosa daqulas noites impassáveis.
                                               Na realidade ele não sabia viver sem uma bela e fofina mulher!..Viver sozinho ,para ele era a mesma coisa que um pássaro voar sem asas..Sempre apareciam mulheres em seu caminho....mas ele,gostava era de mulheres de seos opulentos,clitóris carnudos e literalmente gordinhas;estas dobravam e redobravam seu tesão.
                                               Lembrava d Karla, Sônia,Ângela,Scheilla,Vera,Vânia,enfim ,muitas outras q’ faziam seu tipo....nestas horas delirava,até os  eteranos libertinos,corariam se pudessem ler os pensamentos dele.Umdia lê segredou-me,q’não conseguis enxergá-las vestidas!...Creta feita,fui visitá-lo.Em seu quarto vi um lindo quadro.Uma tela negra,com três belíssimas rosas bordadas na tela....duas rosas amarelas e um a vermelha no centro.Numa linda moldura daquelas que a gente olha e não consegue imaginar outra que combine tão bem.
                                              Ele notou que o quadro havia chamado minha atenção,e antes que eu perguntasse qualquer coisa,disse-me;
-Orlando,vejo que este quadro chamou-te à atenção...
E antes que eu pudesse responder,continuou:
-Este quadro ganhei do Maurício,um amigo que é técnico em informática.Estás vendo aquela rosa vermelha ao centro?Ela parece um vergel gostoso e perfumado;daqueles que só as mulheres fofinhas têem!
-Tens razão!-respondi.
Tomamos café,conversamos sobre os poetas e poesias da atualidade,pois também sou poeta.
                                            A noite avançava como um caracol...entre tantas mulheres q’afloravam em seu cérebro a Andréia tinha a primazia!...Se Eros acertou suas setas no coração dele não há comoprecisar.Mas tempos depois ele contou-me sobre suas noites solitárias e seus devaneios.
                                            Contou-me,que pouco antes de amanhecer o dia cochilava um pouco;ora sonhando com uma ou com outra;e quando acordava,notava partesdo lençol e das roupas  íntimas  úmidas.Segundo ele,tinha partes do lençol q’ pareciam engomadas.
                                             É,o q’ não fazem estas mulheres!...
                                           

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